LUTO NÃO RECONHECIDO: RELATO DE MULHERES QUE SOFRERAM ABORTO ESPONTÂNEO NO INÍCIO DA GRAVIDEZ

Autores

  • Bárbara de Souza Villar
  • Ellen Caroline Furlan Nogueira
  • Stefany Pereira Cardoso Farbi
  • Renata Vilela Rodrigues
  • Juliana Batista Fitaroni

Palavras-chave:

Mulheres, aborto Espontâneo, Luto, Profissionais da saúde

Resumo

O aborto espontâneo no primeiro trimestre gestacional pode ser marcado por muita dor e sofrimentos característicos do luto, que, em alguns casos, passam despercebidos pelos cuidados médicos voltados para o corpo físico. Este projeto de pesquisa em andamento, tem como objetivo compreender, a partir das narrativas de mulheres que sofreram aborto espontâneo no primeiro trimestre gestacional, os aspectos psicológicos vivenciados por elas e as maneiras de enfrentamento do luto. Trata-se de um Trabalho de Conclusão de Curso de Psicologia, que, em específico, problematiza os aspectos emocionais, psicológicos e sociais
que estão envolvidos na vivencia do luto após o aborto espontâneo, também conhecer os manejos atuais que profissionais exercem, além de analisar como os profissionais podem fortalecer as habilidades de acolhimento empático nas práticas de saúde diante desse processo de luto. Para isso, a metodologia proposta é de que seja uma pesquisa qualitativa, de caráter explicativo e exploratório, por meio da realização de 10 (dez) entrevistas semiestruturadas com mulheres que passaram pelo aborto espontâneo no início da gravidez e frequentam a associação “Mães de Anjo”. Para a realização da pesquisa, apoiamos nas ideias da escritora Ana Claudia Quintana Arantes, para a qual o luto é o processo que sucede o rompimento de um vínculo significativo e cada sujeito passa por esse momento de forma singular, de acordo com sua história de vida, cultura, valores e crenças. Como resultados esperados, debatemos o luto enquanto um processo complexo e pouco visibilizado no manejo dos profissionais da
saúde quando se trata de mulheres que passaram por aborto espontâneo no primeiro trimestre gestacional por entenderem que não houve uma perda. O abordo espontâneo no início gestacional é visto por profissionais como comum e dentro dos padrões estatísticos considerados normais nos manuais de medicina. Em vistas disso, espera-se que, por meio dos discursos das mulheres, possa ser possível promover mudanças no manejo dos profissionais que cuidarão das gestantes para que as equipes tenham um entendimento sobre o processo experienciado pelas mulheres diante do aborto espontâneo e o luto, e através deste, sejam orientados para um acolhimento humanizado, assim como uma escuta qualificada e empatia. As mudanças na forma como se concebe o aborto espontâneo no início da gravidez são importantes para que se entendam o processo de perda vivenciado pelas mulheres e como este impacta em sua saúde mental e física.

Downloads

Publicado

08-07-2024