PREVALÊNCIA DAS LESÕES COLOUTERINAS EM EXAMES CITOPATOLÓGICOS NAS MACRORREGIÕES DE SAÚDE DO MATO GROSSO ENTRE 2017 E 2022
Resumo
As lesões intraepiteliais do colo do útero são precursoras do carcinoma invasivo, e sua identificação precoce é essencial para reduzir a morbimortalidade. O exame citológico é amplamente utilizado devido à sua eficácia e baixo custo. A infecção pelo vírus HPV é o principal fator de risco, mas não leva automaticamente ao câncer. Em regiões de baixo desenvolvimento, as lesões tendem a ser mais graves. O sistema Bethesda é usado para classificar as lesões cervicais. A incidência de câncer do colo do útero em Mato Grosso foi de 12,43/100 mil mulheres, abaixo da média nacional. A taxa de mortalidade no Brasil em 2020 foi de 4,60/100 mil mulheres, com 7,6% dos óbitos na região Centro-Oeste. Este estudo visa caracterizar as alterações cervicais em Mato Grosso de 2017 a 2022, baseando-se em 842.925 exames citológicos registrados no SISCAN. Metodologia: Foi um estudo epidemiológico retrospectivo com dados dos 142 municípios de Mato Grosso. Os resultados foram categorizados conforme as Diretrizes do INCA, analisando a prevalência e o grau de acometimento das lesões ano a ano nas macrorregiões de Mato Grosso. notificados no Sistema de Informação do Câncer - SISCAN (colo do útero e mama), disponível no banco de dados online DATASUS. Os dados foram agrupados nas macrorregiões de saúde vigente em 2023, conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso. Resultados: As principais alterações detectadas foram ASC-US e lesões de baixo grau. Em 2017, 1,86% dos exames indicaram malignidade, com a região Norte mostrando maior percentual. Em 2018, houve uma leve redução para 1,79%, com a região Leste liderando em percentuais de lesões em todos os demais anos. Em 2019, a positividade caiu para 0,98%, mantendo a tendência de redução. Em 2020, apesar da pandemia de COVID-19 e redução nos atendimentos, a positividade foi de 2,01%. Em 2021, com a retomada dos atendimentos, a positividade foi de 2,00%. Em 2022, a positividade aumentou para 2,12%, com aumento de atipias em todas as regiões do Estado. Conclusão: Entre 2017 e 2022, os exames citopatológicos identificaram principalmente ASC-US e lesões de baixo grau, compatíveis com dados nacionais. A pandemia não alterou significativamente os índices de positividade, mas houve um aumento percentual de malignidade.