CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIA NO MATO GROSSO
Palavras-chave:
Câncer infantil, Leucemia, EpidemiologiaResumo
O câncer infantojuvenil compreende as neoplasias que afetam crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 19 anos, sendo as leucemias o tipo de câncer hematológico mais incidente nesse grupo etário. Objetivo: Identificar o perfil clínico-epidemiológico dos casos de leucemias em crianças e adolescentes pacientes atendidos no Hospital de Câncer de Mato Grosso entre os anos de 2016 e 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo baseado em registros de prontuários de crianças e adolescentes diagnosticados com leucemia e atendidos no Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCAN-MT), em Cuiabá no período de 2016 a 2022. Os dados foram coletados a partir de prontuários médicos de pacientes de até 19 anos de idade na data do diagnóstico, que foram internados para atendimento clínico no hospital de referência. As variáveis coletadas foram: data de nascimento, sexo, município de nascimento, data do diagnóstico, morfologia, grupo de diagnóstico, recidiva (sim/não), metástase (sim/não), tipo de tratamento e óbito (sim/não). Resultados: Foram internadas com diagnóstico de leucemias, 176 crianças e adolescentes, em sua maioria (55,7%) do sexo masculino, na faixa etária de 5 a 9 anos (33,5%) e nascidos no interior do estado (72,7%) e com diagnóstico morfológico de Leucemia linfóide aguda (68,8%). Das características clínicas, 17 (9,6%) apresentaram recidiva, 4 (2,3%) tiveram metástase de sistema nervoso central, 170 (96,6%) realizaram somente quimioterapia e 55 (31,2%) foram à óbito, sendo o ano de 2021 com a maior proporção de óbitos, cerca de 17%. Conclusão: Vários fatores parecem influenciar o prognóstico e a sobrevida de crianças e adolescentes com leucemia. A pandemia de COVID-19 foi uma das principais responsáveis pelo aumento no número de óbitos, devido à interrupção dos tratamentos e à maior suscetibilidade imunológica dos pacientes em tratamento. Para melhorar o tratamento, é essencial a adoção de novas técnicas, como a imunoterapia e os anticorpos monoclonais, especialmente devido às limitações da quimioterapia. Nesse sentido, este estudo destaca a urgência de políticas públicas que visem fortalecer a rede de assistência ao câncer infantojuvenil no Brasil e em Mato Grosso.
Palavras-chave: Câncer infantil; Leucemia; Epidemiologia.