FATORES DE RISCO PARA O ÓBITO ENTRE PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA HOSPITALIZADOS EM CARÁTER DE URGÊNCIA NO BRASIL: 2008-2022

Autores

  • Maria Julia Cesco Valemdolf
  • Julia Barszcz Parisotto
  • Hugo Dias Hoffmann Santos

Palavras-chave:

Esquizofrenia, Fatores de risco, Epidemiologia

Resumo

A esquizofrenia faz parte dos transtornos psicóticos, os quais são caracterizados por distorções da realidade, incluindo comportamentos, pensamentos, sentimentos e sensopercepção, sendo a mais prevalente desses. Objetivo: Identificar fatores de risco para o óbito entre pacientes com esquizofrenia hospitalizados em caráter de urgência no Brasil no período de 2008 a 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico com detalhamento transversal utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-DATASUS) baseado em internações de média complexidade realizadas em caráter de urgência em leitos psiquiátricos ocorridas entre janeiro de 2008 e dezembro de 2022 em pacientes de todas as idades cujo diagnóstico tenha sido preenchido com os códigos da CID-10  de diferentes tipos de esquizofrenia. As variáveis coletadas foram: ano e mês de internação, faixa etária, sexo, UF e região de residência, tempo de internação, valor total da internação e evolução. Resultados: Em 15 anos foram registrados um total de 1.323.277 internações hospitalares motivadas por esquizofrenia no Brasil, o que representou uma média de 10 hospitalizações por hora. O perfil epidemiológico foi composto por indivíduos com idade entre 30 a 49 anos (49,30), de sexo masculino (63,78%), residentes da região sudeste (50,19%). O maior número de internações se deu entre 2008 e 2012 (57,92%), sendo a maioria com diagnóstico de esquizofrenia paranoide (59,53) e evolução para alta após uma média de 24,05 dias de internação, com o custo médio de R$1106,80. Conclusão: Vários fatores parecem influenciar a prevalência da esquizofrenia no Brasil. O sexo foi um dos principais responsáveis pelo aumento da prevalência, devido à possível ação do estrogênio como fator protetor, demonstrada, também, pelo aumento do risco para mulheres na pós-menopausa e no pós-parto. Nesse sentido, este estudo destaca a urgência para que os gestores da saúde em todos os três níveis de ação desenvolvam treinamentos visando aumentar a qualidade das informações alimentadas por este sistema de informação e ainda que sejam feitos mais estudos sobre este tema que merece relevância pela comunidade científica das áreas de Epidemiologia e Psiquiatria.

Palavras-chave: Esquizofrenia; Fatores de risco; Epidemiologia.

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Publicado

31-10-2024