HANSENÍASE E A DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO NO MATO GROSSO
Palavras-chave:
Hanseníase, Mato Grosso, SubnotificaçãoResumo
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae, que acomete principalmente os nervos periféricos e a pele. Dessa forma, os principais sintomas são a perda de sensibilidade em uma lesão cutânea e aumento dos nervos periféricos, bem como apresenta testes cutâneos positivos. Objetivo: Compreender as causas envolvidas na dificuldade do diagnóstico da Hanseníase no Mato Grosso. Métodos: Para este resumo foram utilizados dados obtidos pesquisando “hansen's disease” and “Mato Grosso” no PubMed, além de dados obtidos pela base de dados do Governo Federal do Brasil, Datasus. Resultados: A hanseníase apresentava um número baixo de diagnósticos até 2018, neste ano o número de casos subiu para 5.828, diferença significativa para os 312 casos obtidos em 2017. Em contrapartida, no ano de 2022, 3.415 casos foram confirmados no estado de Mato Grosso, já em 2023, 1.133 casos foram confirmados no estado. Dessa maneira, esse fato pode ser explicado por estudos realizados em 2021, estes apontam que mais de 80% das pessoas expostas à bactéria M. leprae provavelmente resistirão a inoculação e infecção, e o contato familiar é a forma de maior contaminação, especialmente a longo prazo. Contudo, como o período de inoculação pode chegar a dez anos, a probabilidade do paciente com diagnóstico tardio contaminar outras pessoas aumenta consideravelmente. Apesar de ser uma doença com maior visibilidade na atualidade, essa condição ainda sofre com vários estigmas responsáveis pelo comportamento dos pacientes de ocultar seus diagnósticos e não efetuarem o tratamento da forma correta ou até esconderem os sintomas para não receber o diagnóstico, contribuindo para a subnotificação. Dessarte, indivíduos com hanseníase apresentaram qualidade de vida menor em comparação com populações com outras dermatoses e a população em geral. Conclusões: Portanto, a dificuldade de diagnóstico da hanseníase não está relacionada somente à subnotificação, mas também com seu longo período de inoculação para posterior manifestação dos sintomas. Ademais, o estigma associado dificulta uma confirmação precoce do quadro, visto que os pacientes acometidos temem o diagnóstico e a exclusão social que historicamente é acarretada. Desse modo, sua alta incidência no Estado, atrelada ao baixo quadro de profissionais especializados para a detecção, reiteram esse cenário.
Palavras-chave: Hanseníase; Mato Grosso; Subnotificação.