PREVALÊNCIA E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DE MATO GROSSO: UM ESTUDO QUANTITATIVO EM 2022

Autores

  • Dhiogo Ramos da Silva
  • Raul Luis Figueiredo do Nascimento
  • Nádia Silviely Benites Saturnino
  • Thamyres de Carvalho Galaxe
  • Beatriz Braga da Silva
  • Thábita Fernanda Oliveira Ribeiro
  • Matheus Gabriel Castro Bezerra
  • Pedro Miranda de Freitas Pinheiro
  • Sofia Adelia Bernardo da Silva Houklef

Resumo

Introdução: A sífilis adquirida é uma infecção sexualmente transmissível (IST) curável, sistêmica e exclusiva do ser humano. Pode ser transmitida verticalmente durante a gestação, resultando em sífilis congênita, que causa diversos desfechos desfavoráveis e sequelas perinatais graves para o recém nascido. Apesar da fácil detecção da sífilis durante o pré-natal por meio de estratégias de diagnóstico na atenção básica, a incidência de sífilis congênita permanece alta, especialmente em Mato Grosso, onde, em 2022, a taxa foi de cerca de 3,7 casos a cada mil nascidos vivos, superior à meta nacional. O objetivo deste trabalho é descrever o perfil epidemiológico das notificações de Sífilis congênita no Estado de Mato Grosso no ano de 2022. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo descritivo sobre as notificações de Sífilis Congênita registradas em Mato Grosso em 2022. A pesquisa foi realizada a partir da coleta de dados disponíveis no Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). Foram analisados os dados segundo o ano, faixa etária e realização de pré-natal.  Resultados: Em 2022, Mato Grosso confirmou 218 casos de sífilis congênita, um aumento de 98,2% em relação a 2021, provavelmente devido a subnotificações durante a pandemia. Comparando com o período pré-pandemia, houve estabilidade nos casos, com 213 registros em 2019. Além disso, em 2022, 84,83% dos casos de sífilis congênita ocorreram em crianças cujas mães realizaram o pré-natal. Isso pode indicar falhas na estratégia das equipes de atenção primária para contenção dessa enfermidade, pois o pré-natal é a oportunidade para o correto diagnóstico e prevenção da enfermidade. As mães jovens, especialmente aquelas entre 15 e 24 anos, são as mais presentes nos quadros de sífilis congênita, representando 65,6% dos casos (143) no ano de 2022. Essa predominância pode estar relacionada ao comportamento sexual de alto risco e elevada taxa de natalidade nessa faixa etária. Conclusões: Os dados mostram uma maior prevalência de sífilis congênita em recém-nascidos de mães na faixa etária de 15 a 24 anos e uma estabilidade nos casos em comparação com o período pré-pandemia, apesar das medidas para reduzir a transmissão vertical da sífilis. Houve uma queda nas notificações em 2021, podendo estar relacionada à subnotificação durante a pandemia de COVID-19. Esses dados são essenciais para controlar essa condição de fácil diagnóstico e tratamento, visando evitar mortes e sequelas.

Downloads

Publicado

31-10-2024