PERFIL DEMOGRÁFICO, CLÍNICO E LABORATORIAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS COM MENINGITE ASSÉPTICA EM MATO GROSSO, 2014-2023

Autores

  • Rafaela Coelho Duarte
  • Sheila Maria de Luna Nascimento
  • Mateus Araujo Souza
  • Murilo Rodrigo Celestino Nascimento Pazetto
  • Murillo Mecatti Silva
  • Livia Maria Ribeiro
  • Lorena Vargas Botelho
  • Maria Eduarda Miranda Fabris
  • Maria Eduarda Ribeiro Romero

Palavras-chave:

Meningite Asséptica, Hospitalização, Criança, Adolescente, Mato Grosso

Resumo

Introdução: A meningite asséptica é uma inflamação das meninges, caracterizada pelo aumento do número de células no líquido cefalorraquidiano (≥ 5 células/mm³) sem relação com um processo infeccioso subjacente. A etiologia viral corresponde a maioria dos casos, sendo os enterovírus o agente etiológico mais identificado. Objetivo Descrever as características demográficas, clínicas e laboratoriais de crianças e adolescentes hospitalizados por meningite asséptica em Mato Grosso, no período de 2014 a 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em dados secundários do DwWeb/SES-MT, que descreveu as características demográficas, clínicas e laboratoriais de crianças e adolescentes hospitalizados com meningite asséptica em Mato Grosso entre 2014 e 2023. As variáveis de interesse incluíram: ano de notificação, classificação da meningite, sexo, faixa etária, zona de residência, contato com casos suspeitos ou confirmados de meningite, sinais e sintomas (abaulamento de fontanela, cefaleia, coma, convulsões, febre, sinais de Kernig e Brudzinski, rigidez de nuca, vômitos), critério de confirmação, aspecto do líquor e evolução do caso. Resultados: No período avaliado, 231 crianças e adolescentes foram hospitalizados por meningite asséptica em Mato Grosso. O maior número de internações ocorreu em 2014, com uma redução acentuada a partir de 2020. A maioria dos casos foi confirmada por quimiocitologia do líquor (86,6%), com predomínio de líquor límpido (74,9%) ou turvo (16,4%). As crianças representaram (80,5%) dos casos, com uma proporção de hospitalizações maior entre meninos (58,9%) do que meninas (41,1%). A maioria dos pacientes residia em áreas urbanas (88,3%) e (64%) dos casos não apresentaram contato conhecido com suspeitos ou confirmados de meningite. Os sintomas mais prevalentes foram febre (88,7%), cefaleia (69,2%) e vômito (77,5%). A taxa de alta hospitalar foi significativa (93,9%), enquanto a taxa de mortalidade foi baixa (2,6%). Conclusão: Os dados sugerem uma tendência decrescente de casos de meningite asséptica em Mato Grosso, com um bom prognóstico para a maioria dos pacientes. No entanto, a alta prevalência entre crianças e a predominância de sintomas como febre, cefaleia e vômitos destacam a necessidade de vigilância contínua, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. A análise contínua dos padrões epidemiológicos é essencial para melhorar os resultados e reduzir a incidência de meningite asséptica.

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Publicado

31-10-2024