APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE SUSPEIÇÃO DE HANSENÍASE PARA AUMENTAR A DETECÇÃO DE CASOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores

  • Eduardo Lopes de Figueiredo
  • Gabriel Bortolotti Pelicion
  • Guilherme Pavini Nunes
  • Isadora Gonzaga Cesar
  • João Victor Manarelli Barbosa
  • Leonardo Vitor Correia Teodoro Ferreira
  • Taísa Guimarães de Souza

Palavras-chave:

Hanseníase, Questionário de Suspeição da Hanseníase, Detecção de caso

Resumo

Introdução: O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, realizado por meio da anamnese e pela avaliação dermatoneurológica. Pela evolução insidiosa e oligossintomática da doença, é frequente o atraso na busca do tratamento, resultando em maior exposição da população à fonte de transmissão, e alta incidência de incapacidades funcionais. Para contrapor essa realidade e contribuir para a redução da carga de hanseníase em áreas endêmicas, a busca ativa de casos tem sido praticada, proporcionando o tratamento oportuno dos casos. Uma estratégia atualmente proposta no Brasil para aumentar a detecção de casos é o Questionário de Suspeição de Hanseníase (QSH), que contém 14 questões referentes aos sinais e sintomas da doença, bem como sobre a história familiar de casos. O objetivo desta pesquisa foi aplicar o QSH para aumentar a detecção de casos novos de hanseníase no contexto da atenção primaria à saúde. Metodologia: Estudo descritivo transversal realizado na população assistida pela ESF Santa Laura, Cuiabá (MT) em 2023. Foram incluídos indivíduos com idade entre 18 a 70 anos, de ambos os sexos. Foi utilizado o método de amostragem aleatória por conglomerados, com erro de estimação de 10%, prevalência esperada de 50% e efeito de desenho de 1,5. A amostra foi estimada em 193 domicílios, que multiplicado por 1,5 e acrescido de 10% para compensar possíveis perdas resultou em 319 domicílios a serem visitados. Considerou-se a presença de pelo menos um indivíduo elegível em cada domicílio. Casos suspeitos pelo QSH estão sendo encaminhados à Unidade Básica de Saúde para confirmação diagnóstica e, se pertinente, tratamento específico. Resultados e conclusão: 292 indivíduos participaram do estudo, dos quais 207 (70,9%) responderam positivamente a pelo menos um dos 14 itens do QSH. Todos esses indivíduos estão sendo avaliados para confirmar ou descartar a hanseníase. Os sintomas mais frequentemente relatados foram parestesia (19,2%), formigamento (26,0%) e dor neural (24,3%). Histórico de hanseníase na família foi reportado por 20,5% dos participantes. A alta frequência de respostas positivas ao QSH sugere que esse instrumento é bastante sensível para indicar a suspeição da doença e, após abordagem mais específica, identificar casos novos de hanseníase a serem submetidos ao tratamento específico, o que resultará em redução da sua transmissão.

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Publicado

31-10-2024