SEPSE INFANTIL E JUVENIL EM MATO GROSSO: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÚLTIMOS 5 ANOS (2018-2023)
Palavras-chave:
Sepse, Septicemia, Mato Grosso, Crianças, JovensResumo
Introdução: A palavra "sepse" vem do grego "sêpsis", que significa "putrefazer". Sepse é uma condição médica grave, resultante de uma infecção intensa que causa inflamação sistêmica, podendo levar à falência de órgãos e morte. No Brasil, a situação é especialmente preocupante entre crianças e jovens de 0 a 19 anos. Segundo o Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS), a sepse é responsável por cerca de 30% das internações em UTIs, com uma taxa de mortalidade que pode ultrapassar 50%. Este estudo visa analisar a sepse em crianças e adolescentes no Mato Grosso, abordando aspectos epidemiológicos, desafios no diagnóstico e estratégias para melhorar os desfechos dos pacientes jovens. Método: Foram coletados dados de internações do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS) conforme o CID dos grupos: A41 (Outras septicemias), A41.0 (Septicemia por Staphylococcus aureus), A41.1 (Septicemia por outros estafilococos especificados), A41.2 (Septicemia por estafilococos não especificados), A41.3 (Septicemia por Haemophilus influenzae), A41.4 (Septicemia por anaeróbios), A41.5 (Septicemia por outros microorganismos gram-negativos), A41.8 (Outras septicemias especificadas), A41.9 (Septicemia não especificada), além de dados do Repositório de dados dos Sistemas de Informação da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (DwWeb / SES – MT). Resultados: Entre 2018 e 2023, foram identificados 1954 casos de sepse entre a faixa etária estudada, da qual variou de 0 a 19 anos, predominando na faixa de 0 a 9 anos (79,8%). Houve 290 óbitos, com 70% ocorrendo em hospitais públicos (p=0,0002). Em termos de sexo, 143 óbitos foram de pacientes do sexo masculino (p=0,01). A análise da raça revelou que 74,9% eram pretos ou pardos e que 84% dos óbitos ocorreram nesse grupo (p=0,003). O valor médio gasto para cada internação por sepse em pessoas de 0 a 19 anos foi de R$ 6091,35. Conclusão: Houve predomínio de sepse em crianças de 0 a 9 anos, do sexo masculino e da raça parda. A análise revelou vulnerabilidade social, com maior impacto em minorias raciais e usuários de hospitais públicos. Implementar protocolos específicos para diagnóstico e tratamento precoce é crucial para reduzir a mortalidade e melhorar os desfechos clínicos, especialmente em populações vulneráveis.