O AUMENTO DA SÍFILIS ADQUIRIDA ENTRE IDOSOS NO BRASIL

Autores

  • Aline Aparecida Mendes Flores
  • Beatriz Marcovich de Araújo
  • João Vinícius
  • Mariana Letícia Lamb Duarte
  • Mariana Montandon Penna
  • Poliana Sales Gonçalves
  • Samanta Bastos
  • Valeria Rosa

Palavras-chave:

Infecções sexualmente transmissíveis, Idosos, Sífilis

Resumo

Introdução: A sífilis adquirida é uma patologia infectocontagiosa, causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida, principalmente, via contato sexual. O aumento progressivo temporal dessa condição no grupo etário com mais de 60 anos ocorre, principalmente, devido à ausência de educação sexual, baixa adesão do uso de preservativos, aumento da expectativa de vida e do contingente populacional de idosos. Objetivo: Compreender as causas do aumento da sífilis adquirida entre idosos no Brasil. Métodos: Para a obtenção de dados foi inserido como descritores “Syphilis” and “elderly” and “Brazil”, além da obtenção de dados comparativos entre o diagnóstico por idade através dos anos pelo Datasus. Foram considerados fatores como o diagnóstico, qualidade de vida pós constatações da doença, motivos para o crescimento da incidência da doença e possíveis medidas para combater esse crescimento. Resultados: Com base na análise dos dados, verificou-se o crescimento da sífilis entre os idosos, especialmente na faixa etária de 60-64 anos, a qual apresentou 136 casos notificados em 2022, em contraposição a 2015 e 2016 que tiveram 11 e 19 casos, respectivamente. Além disso, houve um aumento significativo na notificação nos anos subsequentes à pandemia, 504 idosos de 60 ou mais anos receberam diagnóstico de sífilis entre 2016 e 2019. Entre 2020 e 2023, 945 idosos dessa faixa etária foram diagnosticados. Dentre as possíveis causas para esse aumento, estão a falta de informação sobre prevenção, tendo em vista a baixa adesão ao uso do preservativo; o aumento da longevidade, porque, com o maior tempo e qualidade de vida contemporâneo, os idosos tendem a ser mais ativos, inclusive sexualmente; além da falsa concepção de que os idosos não são sexualmente ativos. Isso torna as campanhas sobre educação sexual e pesquisas voltadas a esse público indispensáveis. Conclusões: Diante dos resultados, os dados evidenciam um aumento significativo na detecção de sífilis entre idosos em todo o Brasil, especialmente após a pandemia. Essa tendência é impulsionada pela falta de informação sobre a doença, o aumento da expectativa de vida e as mudanças de comportamento sexual nessa faixa etária. Diante desse cenário, é fundamental a implantação de campanhas de saúde abrangentes que promovam a saúde sexual, a desmistificação da atividade sexual na terceira idade e facilitem o acesso a testes e tratamento para sífilis.

Downloads

Publicado

31-10-2024