ABORDAGEM INTERPROFISSIONAL: UM PILAR NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E DIABETES
Resumo
Introdução: A hipertensão e o diabetes afetam a qualidade de vida e exigem mudanças no estilo de vida, muitas vezes dificultadas por fatores socioeconômicos e falta de conhecimento. A atuação interprofissional e a educação em saúde familiar são essenciais para promover o autocuidado eficaz (Soares, Pagani e Oliveira, 2005). Objetivo: Promover a compreensão sobre hipertensão, diabetes e alimentação saudável em duas irmãs adultas com controle inadequado dessas doenças, visando melhorar a adesão ao autocuidado, através de uma análise interprofissional (médicos, enfermeiros, agente comunitário de saúde, nutricionista e estudantes de nutrição). Métodos: Foram realizadas duas visitas domiciliares, cada uma com duração de uma hora, utilizando uma abordagem participativa e interprofissional que envolveu enfermeira, estudantes de nutrição, agente comunitário de saúde e supervisionado pela professora mestre (Nutricionista). Entre este período, foram feitos genograma e ecomapa, para verificação da rotina dos participantes, para uma melhor atuação interprofissional e uma abordagem mais assertiva. No segundo encontro, foram entregues materiais didáticos ilustrativos confeccionados via aplicativo Canvas, abordando hipertensão, diabetes, alimentação adequada com destaque ao índice glicêmico e estratégias para compra consciente de alimentos da estação, tudo adaptado à realidade e contexto das participantes, após a análise de plano terapêutico com a equipe interprofissional. Resultados: As participantes são duas irmãs, de 61 e 60 anos, ambas aposentadas e com rotina doméstica. Durante a análise de ecomapa, foi observado que as mesmas vivem em uma residência simples, com renda limitada e dependem da ajuda da filha, percebida através da confecção do ecomapa, a qual é responsável pelas finanças e cuidados diários. No primeiro encontro, foi realizada anamnese para mapear conhecimentos prévios sobre saúde, dinâmica familiar, estrutura socioeconômica. O diagnóstico indicou baixo conhecimento sobre doenças crônicas e alimentação adequada, apesar do relato das irmãs de que seguem as orientações, o que foi contradito pelos profissionais de saúde, evidenciado também por exames alterados. No segundo encontro foi constatado pouca adesão das participantes nas atividades propostas previamente, algo esperado devido as fragilidades constatadas no plano terapêutico e dificuldade em interpretar informações técnicas de saúde pela equipe interprofissional, porém a boa relação social das participantes facilitou a receptividade às orientações. O plano de ação, com foco em educação em saúde, usou de estratégias didáticas e econômicas para alimentação, gerou compreensão, embora ainda haja dificuldade na adesão completa às mudanças recomendadas. Considerações finais: A educação em saúde interprofissional, adaptada ao contexto socioeconômico e cultural da família, é essencial para promover a adesão ao tratamento e melhorar o controle da hipertensão e diabetes. O fortalecimento do vínculo familiar e o suporte contínuo são fundamentais para enfrentar as fragilidades identificadas. Estratégias educativas personalizadas, com linguagem simples e materiais ilustrativos, favorecem a compreensão e a prática cotidiana, mas é necessário acompanhamento prolongado para consolidar as mudanças de hábitos e garantir melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Hipertensão; Diabetes; Educação em Saúde; Interprofissionalidade; Autocuidado.
