OS BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL
Resumo
Introdução: As mudanças alimentares da população vêm sendo modificadas ao longo dos anos com o aumento da ingesta de alimentos industrializados, que são adicionados ao cardápio humano desde as primeiras idades, com a substituição do leite materno por fórmulas infantis e leites de outros gêneros³. Esses hábitos vão progredindo para uma inclusão de alimentos com maior concentração de lipídeos e açúcares, aumentando a incidência de doenças crônicas, com predomínio da obesidade, definida como “o excesso de gordura corporal, em quantidade que determina prejuízos à saúde"²,3. “O aleitamento materno, isto é, o consumo único de leite materno¹, é recomendado a ser mantido pelo menos até os dois anos de idade, sendo exclusivo até os seis meses, pois trará benefícios mútuos para a criança e a nutriz. Respeitar esse período de tempo é importante não só para maturação de diversos sistemas do corpo da criança¹, mas para protegê-la contra alergias e prevenir distúrbios nutricionais, desde a desnutrição até a obesidade². Objetivo: Revisão de literatura para verificar a influência da amamentação eficaz como fator protetivo para o não desenvolvimento da obesidade em crianças. Método: As referências usadas para esta revisão bibliográfica e documental foram retiradas de livros físicos e virtuais, artigos pesquisados nas bases de dados SciELO, BVS e revistas de universidades brasileiras, dos últimos dez anos, priorizando as publicações nacionais e também os da língua inglesa. Discussão/Resultados: A amamentação demonstrou, em diversos estudos, um efeito protetor da obesidade e sobrepeso4. Essa característica se dá através do imprinting metabólico, pelo qual a criança aumenta a suscetibilidade para algumas doenças através da primeira nutrição, pois modifica as características dos adipócitos e sua quantidade. Além disso, a leptina, um hormônio presente no leite materno, regula o metabolismo do lactente, devido às suas funções de inibição do apetite e das vias metabólicas, provocando melhor diferenciação da saciedade3,4. Dentre os benefícios do leite materno, além dos já citados, tem-se uma rica composição que nenhuma fórmula infantil consegue abranger tão grandemente, a citar, hormônios, enzimas, fatores de crescimento e fatores imunológicos.4 Nesse sentido, a interrupção da amamentação precocemente traz malefícios ao recém-nascido, já que, como demonstrado por um estudo na Suécia, há uma menor prevalência de sobrepeso naqueles que receberam aleitamento materno por mais de três meses. Além disso, o lactente perderia os benefícios dos outros componentes presentes no leite materno. Dessa forma, destaca-se a importância da amamentação para prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida.4 Outro ponto importante, porém pouco conhecido, está relacionado com as situações em que o aleitamento materno é contraindicado, envolvendo mães com infecções pelo vírus da imunodeficiência humana e vírus T-linfotrópicos humanos tipo I, além do uso de substâncias como antineoplásicos, radiofármacos, drogas de abuso. Embora a amamentação confira proteção aos lactentes, esses casos oferecem riscos de contaminação e efeitos adversos. Conclusão: Em virtude dos dados expostos, percebe-se que a amamentação é um fator de prevenção de sobrepeso e obesidade infantil. Isso porque a amamentação exclusiva até os seis primeiros meses oferece à criança a liberação de hormônios como a leptina, que regula o apetite e, ainda, evita a inserção de alimentos industrializados precocemente. Sendo assim, a amamentação traz melhorias para a saúde da criança e da mulher, permanecendo o desafio aos acadêmicos e profissionais de saúde pública o incentivo à essa prática. Palavras-chave: Aleitamento materno; Obesidade pediátrica; Criança; Dieta.Downloads
Publicado
29-11-2022
Como Citar
Teixeira, M. A. D., Flores, J. A., Damiani, L., Paim, L. Z., & Silva, T. T. M. P. da. (2022). OS BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL. Anais Da Mostra Científica Do Programa De Interação Comunitária Do Curso De Medicina, 5. Recuperado de https://periodicos.univag.com.br/index.php/picmed/article/view/2135