SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NA PELE NEGRA EM MATO GROSSO
Resumo
Introdução Historicamente, a hanseníase é uma doença extremamente antiga conhecida desde os tempos bíblicos, sendo ela uma das primeiras doenças acometer os homens, há mais de três mil anos. A princípio chamava-se lepra, a qual era considerada uma doença altamente contagiosa, desfigurante e letal, fato esse que culminava em preconceito, discriminação e condenação do sujeito pela sociedade, eram os chamados “leprosários”1. Acredita-se que, no Brasil, a doença tenha chegado com os primeiros colonizadores portugueses e que para a disseminação da doença houve participação dos escravos oriundos da África. Os primeiros casos notificados em nosso país foram em cerca do ano de 1600, no Rio de Janeiro, onde criou-se anos mais tarde o primeiro lazareto, que se tratava de um local destinado para abrigar os chamados “leprosos”. Este estigma histórico persiste até os dias atuais, mesmo que em menor proporção, tornando a doença uma condição que exige um intenso processo de mudanças e quebra de tabus1. A Hanseníase é uma doença granulomatosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, bacilo intracelular obrigatório, que acomete principalmente a pele, o sistema nervoso periférico mais especificamente na lâmina basal das células de Schwann, vias respiratórias superiores e os testículos1. Essa bactéria tem maior facilidade para se replicarem em ambientes mais frios, em temperaturas que variam de 27 a 30°C, preservando os locais mais quentes do hospedeiro, como axilas, virilhas e couro cabeludo. O pico de incidência varia dos 10 aos 20 anos e sua prevalência dos 30 aos 50 anos, com discreta predominância na população de sexo masculino. As variações também ocorrem de acordo com a cor da pele do indivíduo acometido, os africanos negros têm maior suscetibilidade, mas apresentam as formas mais brandas da doença enquanto o inverso ocorre com indivíduos de outras etnias1. Acredita-se que a transmissão ocorra com o contato prolongado com as gotículas respiratórias expelidas pelo indivíduo infectado e existem tipos diferentes de apresentação da doença, as quais variam de acordo com a resposta imunológica do hospedeiro, manifestações clínicas e bacteriológicas Palavras-chaves: Hanseníase; Lepra; Epidemiologia; Negros.Downloads
Publicado
29-11-2022
Como Citar
Costa, M. C. C., Carvalho, G. P. de, Romero, M. E. R., Ubraus, M. I. F. R., Toccafondo, R. M., & Bellandi, T. F. A. (2022). SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NA PELE NEGRA EM MATO GROSSO. Anais Da Mostra Científica Do Programa De Interação Comunitária Do Curso De Medicina, 5. Recuperado de https://periodicos.univag.com.br/index.php/picmed/article/view/2149