ABORTO COMO OPÇÃO PARA ESTUDANTES DE MEDICINA: UM ESTUDO DESCRITIVO
Resumo
RESUMO
Atualmente, tem-se observado um aumento no número de abortos entre mulheres em relacionamento estável no país, dentre estas, adolescentes e mulheres adultas receosas de que um filho as impeça de concluir realizações no ramo pessoal e profissional. De acordo com o Ministério da Saúde estima-se que, no Brasil, são realizados por ano entre 729 mil a 1,25 milhão de interrupções da gestação. Estudos com estudantes de ambos os sexos dos cursos de Direito e Medicina apontam que a maioria concorda com a legislação vigente sobre aborto, todavia ainda é pouco explorado a intenção de abortar e os motivos que poderiam contribuir ou não com essa intenção, sendo assim o objetivo deste estudo foi investigar diversos cenários em que o aborto é considerado como uma opção para estudantes de Medicina do Estado do Mato Grosso. Trata-se de um estudo descritivo com 344 estudantes de todas as faculdades de Medicina do Estado (públicas e privadas). A amostra foi selecionada por conveniência e após a coleta de dados, por meio de questionário disponibilizado no Google Forms, foi realizada análise descritiva. A maioria da amostra é proveniente de IES privadas (61,92%), entre a faixa etária de 20 a 24 anos (66,86%), solteiras (56,98%), com renda familiar acima de R$5.998,00 (60,17%) e com religião (77,62%). Sobre as percepções em relação ao aborto, a maioria considera a vida sagrada tanto entre as participantes de IES Privadas (54,62%) quanto de IES Públicas (44,27%), adicionalmente as participantes consideraram que a vontade da mulher não deve predominar em relação ao aborto (IES Privadas 51,64% e IES Públicas 51,91%). Por outro lado, elas consideram que pertencer a alguma religião pode diminuir as chances de uma mulher abortar (IES Privadas 48,36% e IES Públicas 49,62%), a maioria considera também que o aborto deve ser descriminalizado (IES Privadas 68,54% e IES Públicas 69,47%). Sobre já ter pensado em abortar a maioria não pensou (IES Privadas 57,75% e IES Públicas 59,54%), mas apenas alunas de IES Privadas já abortaram (0,94%) e os sentimentos que predominariam caso elas abortassem seriam culpa (IES Privadas 46,01% e IES Públicas 33,59%) e alívio (IES Privadas 26,29% e IES Públicas 29,77%%). Nesse sentido, esses resultados mostram que não há diferenças significativas entre estudantes de escolas de Medicina privadas ou públicas, mas considera-se pertinente que mais estudos sejam realizados para entender melhor as perspectivas de estudantes universitárias.
PALAVRAS-CHAVE: Decisão; Tabu; Carreira médica.