CARACTERÍSTICAS DE USO E ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS E COMPORTAMENTO SEXUAL DE ESTUDANTES DE MEDICINA
Resumo
RESUMO
Estudos têm revelado que os adolescentes iniciam sua atividade sexual cada vez mais precocemente, parecendo associar-se à existência de múltiplos parceiros sexuais, elevadas taxas de infecções sexualmente transmissíveis, maior precocidade do consumo de álcool, tabaco e drogas, produzindo um efeito multiplicador na não utilização de medidas de proteção durante a relação sexual. Nesse sentido, esse trabalho teve por objetivo descrever o comportamento sexual de estudantes de Medicina de uma instituição privada, além do uso de álcool e outras drogas. Para tanto foi realizado um estudo descritivo com 331 estudantes universitários que responderam voluntariamente o Questionário da Juventude Brasileira, composto por 77 questões objetivas, sendo algumas em formato Likert. Os pesquisadores foram às salas de aula para convidar os alunos (as) a participar do estudo, os (as) interessados (as) recebiam no mesmo instante o instrumento de coleta de dados e duas vidas do TCLE. O instrumento de coleta de dados é um questionário autoaplicável. Após o preenchimento das informações os participantes devolviam o questionário preenchido e uma das vidas do TCLE assinada. Foi realizada análise descritiva para conhecimento da distribuição dos eventos investigados. Os estudantes que participaram do estudo são na sua maioria da faixa etária de 20 a 24 anos (71,00%), do sexo feminino (62,24%), solteiros (97,58%), com renda familiar acima de R$5.998,00 (74,32%), pertencentes a alguma religião (75,22%), sem doenças crônicas (94,26%) e sem transtornos mentais (73,59%). A respeito do comportamento sexual a maioria já teve relações sexuais (89,12%), sendo que a primeira relação foi com idade maior a 14 anos (82,55%), com parceiros (as) também maiores de 14 anos (95,94%). A maioria dos (as) primeiros (as) parcerias sexuais foi com namorado (a) (60,06%). Sobre as parcerias sexuais, 36,24% tiveram parcerias exclusivamente com mulheres, 58,05% tiveram parcerias exclusivamente com homens e 5,70% tiveram parcerias com homens e mulheres. Em relação ao uso de preservativo 77,13% afirmaram não ter feito o uso regular, 56,79% não usa preservativo com parcerias fixas e 31,51% não usa preservativo com parcerias ocasionais. Em relação a testagem IST, 28,65% nunca fez algum teste na vida, em relação ao teste anti-HIV, 31,7% nunca fez, todavia 7,05% já foi diagnosticado com alguma IST e 51,81% fazem uso de pornografia. No que diz respeito ao uso de álcool e outras drogas, 97,58% já fez uso de álcool e a primeira vez do consumo foi na maioria das vezes antes dos 16 anos (61,6%). Metade da amostra já fez uso de cigarro alguma vez na vida e também foi antes dos 16 anos (79,41%). Sobre o consumo para álcool 22,33% apresentou consumo com risco para dependência e 5,20% apresentou consumo de risco para dependência de maconha. Ainda sobre as drogas, 32,32% não fez uso de cocaína no último mês e 33,53% não fez uso de estimulantes sexuais no último mês. Esses são os resultados finais da análise que estão sendo trabalhados no artigo científico. Os resultados indicam que intervenções em saúde sexual precisam ser discutidas com os estudantes de Medicina porque o uso irregular de preservativo nas relações sexuais é preocupante, e em relação ao uso de álcool e outras drogas é importante intervir também na conscientização sobre o uso de álcool, visto que um quarto da amostra apresentou consumo de risco para dependência.
PALAVRAS-CHAVE: Descrição; Abuso de substâncias; Sexualidade.