ALTERAÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS ENCONTRADAS EM PACIENTES PORTADORES DE HANSENÍASE
DOI:
https://doi.org/10.18312/connectionline.v0i9.59Palavras-chave:
Hanseníase, Fonoaudiologia e saúde coletiva.Resumo
A hanseníase não é apenas uma doença de pele, mas também, uma doença dos nervos periféricos. Ao afetar os nervos cranianos, pode apresentar lesões na cavidade oral e nasal, o que gera alterações oromiofaciais em diferentes aspectos morfofuncionais e com graus variados de comprometimento. Desta forma, estas alterações podem comprometer significativamente a voz, a audição e as funções estomatognáticas, sendo necessária a intervenção fonoaudiológica para a estimulação das habilidades comunicativas e alimentares. Objetivo: Investigar as alterações de voz, audição, funções estomatognáticas e linguagem/memória em um grupo de pacientes, portadores de Hanseníase, em Cuiabá. Método: A amostra foi constituída por 13 doentes de Hanseníase do tipo Multibacilar (MB), na faixa etária compreendida entre 18 a 50 anos, sendo que todos estavam em tratamento medicamentoso com Poliquimioterapia (PQT). Resultados: Em relação ao histórico audiológico, dos 13 pacientes doentes de Hanseníase, 2 (15,38%) relataram não ouvir bem; 3 (23,07%) afirmaram ter tido infecção de ouvido. Tontura foi registrado por 10 (76,92%) pacientes; 3 (23,07%) afirmaram presença de zumbido e 3 (23,07%) notaram diferença em sua audição após o início do tratamento com PQT e 10 (76,92%) não. Quanto as questões relacionadas ao histórico vocal dos pacientes, 2 (15,38%) fumam; 7 (53,84%) pigarreiam ou tosse; 11 ( 84,61%), em frequências diversas ingerem água e 2 (15,38%) não; 5 (38,46%) afirmaram ter problemas respiratórios e/ou alergias em diferentes frequências. Quanto aos sintomas vocais, 5 (38,46%) fazem uso de forma abusiva da voz; 8 (61,53%) sentem ardência; 5 (38,46%) sentem ressecamento; 4 (30,76%) fizeram referência à rouquidão e 6 (46,15%) notaram alguma alteração de sua voz, após o uso de medicamentos para a doença de Hanseníase (PQT). Quando questionados em relação às funções orais, 6 (46,15%) dificuldades para mastigar; 5 (38,46%) realizam mastigação unilateral e 3 (23,07%) apresentam ruídos durante a mastigação. Durante as refeições 9 (69,23) fazem uso de água; 5 (38,46%) engasgam com facilidade; 2 (15,38%) apresentam tosse/pigarro após a deglutição; 7 (53,84%) responderam ter dificuldade para falar; 4 (30,76%) afirmam ter articulação travada, apertamento e ranger de dentes e 6 (46,15%) notaram diferença após o início do tratamento com PQT. Após a aplicação do questionário foi realizado o Mini Exame do Estado Mental e a média geral da pontuação encontrada foi 23,6 pontos, sendo o valor mínimo 17 e máximo 30 pontos, com desvio padrão de 3,8. Em análise geral foram encontrados 4 (30,76%) indivíduos analfabetos, 7 (53,84%) ensino fundamental e 2 (15,38%) com ensino médio, sendo assim, o estado mental encontra-se dentro do padrão esperado, comparado ao grau de escolaridade dos indivíduos. Conclusão: Após averiguar os dados descritos nos questionários, foi possível observar a existência de alterações auditivas, queixas vocais e alterações das funções orais em pacientes portadores de Hanseníase. Já na aplicação de testes de rastreio para alterações de linguagem e memória, não foram observadas alterações. A partir destes achados observa-se a importância da atuação da fonoaudiologia integrada a outros profissionais da saúde tanto em prevenção quanto na reabilitação destes pacientes. Recomenda-se que outros estudos sejam realizados, considerando as particularidades da amostra, para investigar a associação existente entre alterações fonoaudioloógicas e hanseníase.
Palavras-chave: Hanseníase; Fonoaudiologia e saúde coletiva.
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